Mar.

junho 23, 2005

O chumbo não é um poema

É só uma laranja, afinal.
A bandeira a sacudir o vento,
império de pano em haste
- morte, doce ou amarga: não é igual?

Não é chumbo, não é fogo,
não é dinamite, não é vida-pelos-ares.

Que nos escondem atrás do mar?
por que não se ama e porquê matar?
Não é naufrágio, não é órfão,
não é bomba, não é invasão.
Ninguém foi crucificado, ninguém está mal.
É só uma laranja,
afinal.

junho 20, 2005

Na publicidade...

A nova publicidade dos relógios OMEGA diz assim:

Até que profundidade...

vai a tua paixão
pelo MAR?

junho 17, 2005

E no final das palavras a exame, a inspiração.

Há mais uma coisa-música-de-fogueira. Para nós. Se não me esquecer... Chamem rápido a Milu!

Não há, ainda, palavras. E não há, ainda, Catarina.

junho 15, 2005

Pedido de caneta no café

É só uma potencialidade, eu sei. Melhor: é uma quasemúsicaideiaquetivehojeaopegar-pelaprimeiravezemmuitotemponaguitarra-eléctricasemumacordacomtodasasoutras-ferrugentas. Mas precisa de um poema. Para não se sentir sozinha.

Convoca-se os deuses da escrita. A Catarina não quer escrever. Não quer. (ponto) Respeitemos... Viramo-nos para os outros. Amores. Três. Este e este. E um outro, sem este-hiperligado.

Quando pedi à Catarina, há pouco, disse-lhe: - Horrorizantemente sufocante. Assim se quer. O poema. Pela quasemúsicaideiaquetivehojeaopegarpelaprimeiravezemmuitotempona-guitarraeléctricasemumacordacomtodasasoutrasferrugentas.


* Pintura de Salvador Dali: Lighted Giraffes

junho 09, 2005

O Mar. ficou sem cordas...

junho 06, 2005

Caro Hugo,
reconhecendo-te como músico, letrista, roadie, produtor, editor e líder espiritual do nosso Mar,
não te podia desapontar.
Cá está.

Sinto-me

O grito, se o soubesse soltar,
alagaria os prédios
e refugiava-se nas montanhas.
Há ideias, como gritos,
que nem o ficar vão conjugar.

Sinto-me.
Sinto isto tudo.
Observo os lá-ao-fundos pela
última vez.
E vou-me embora.

junho 03, 2005

Novas coisas

O projecto mar tem nova música.
O Sílvio acabará por postar aqui a letra. Da música. Da música sem nome. Da música de fogueira-de-guitarra-e-voz-só.

Era noite. O Velha-a-Branca sem luz. Não: o jardim do Velha-a-Branca sem luz. Eu toquei uma coisa coisa-música, que estava longe de o ser. A Catarina, de papel-do-Sílvio-escrito em punho, leu a cantar. E – vi eu – haviam olhos a cantar com ela.

Um novo filho - disse. Disse eu. Sem medo de assumir um compromisso com algo bom. Com o Mar.

A Milu apressou-se. Pediu-me os acordes base para apontar: para ela nunca me deixar esquecer. Ela guardou assim: Rém, Lá – Refrão: Fá, Dó, Fá, Lá.

Assim foi.