Mar.

fevereiro 21, 2005

Lisboa Rainha do Mar


Senhora do Mar
do mundo e da vida
cidade sem par
foi Lisboa antiga

Vejo o manto branco
do seu casario
e vejo as mil velas
dos barcos do rio

Ainda não sei
se o reinado durou
mas em tempo a Senhora
foi dita Rainha

Rainha do mar
que ao mar se levou
e o que é que ficou
da Lisboa antiga
eu não sei ainda

Vejo esta cidade
parada no tempo
deve ser saudade
a vista que invento

Lisboa recorda
aquele momento
em que foi Senhora
e do mar Rainha
levada pelo vento


Pedro Ayres Magalhães

fevereiro 14, 2005

DE MÃOS DADAS

Um fio de água nasceu no cimo do monte.
Encontrou outro fiozito e deram as mãos.
E seguiram.
Encontraram outro, abraçaram-se.
E cresceram.
Passaram pelo campo e regaram as hortas.
Foram dar de beber à fonte e empurrar a roda da azenha.
Trabalharam na fábrica, deram luz às lâmpadas e vida aos peixes.
Depois foram dormir no mar.

Maria da Glória Caldeiro

fevereiro 04, 2005

Bebé foi ao mar

Bebé foi ao mar
Sem medo nenhum, fatinho de lã,
As mãos agarradas à mão da mamã
Bebé foi ao mar.

Ondinhas miúdas, ondinhas bonecas
Travessas, marotas, ondinhas bonecas
Travessas, marotas, levadas da breca...
A andarem de lado, a andarem de frente...
Bebé bem contente.

Será que o bebé não vê que é o mar
Tão grande, tão manso e sempre a mudar?

Pergunta-se ao mar;
Qual é o segredo
Porque este bebé avança sem medo?

O mar ri na vaga, a vaga na espuma
E a gente não ouve resposta nenhuma.
E as ondas às voltas, as ondas travessas,
Bebé tão feliz, de pé, às avessas
Já todo molhado, a andar com afã,
Rabito no ar, a cara na areia,
Só fazem pensar:
- Que ideia!
Se ele traz as mãozinhas nas mãos da mamã...

Crochat Osório