O chumbo não é um poema
A bandeira a sacudir o vento,
império de pano em haste
- morte, doce ou amarga: não é igual?
Não é chumbo, não é fogo,
não é dinamite, não é vida-pelos-ares.
Que nos escondem atrás do mar?
por que não se ama e porquê matar?
Não é naufrágio, não é órfão,
não é bomba, não é invasão.
Ninguém foi crucificado, ninguém está mal.
É só uma laranja,
afinal.
É só uma potencialidade, eu sei. Melhor: é uma quasemúsicaideiaquetivehojeaopegar-pelaprimeiravezemmuitotemponaguitarra-eléctricasemumacordacomtodasasoutras-ferrugentas. Mas precisa de um poema. Para não se sentir sozinha.